sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nostalgia.


Está chegando a hora da mudança. E é a essa a hora que começa a surgir o momento nostálgico. Eu estou indo de vez. Não se trata de uma mudança simples, não quando meus melhores momentos foram vividos aqui, não quando a maior parte da minha história ficou gravada nessas paredes. Está realmente chegando a hora, falta muito pouco.

Posso dizer que fui muito feliz nesses anos morando aqui. Passei por muitas coisas boas, e por outras, um tanto quanto desagradáveis. Porém como dizem por ai, tudo é aprendizado, certo? Olhando por esse lado eu levo daqui experiências interessantes. Mas talvez eu esteja deixando muita coisa boa para trás, infelizmente. Algumas amizades que pareciam ter futuro passarão por um teste, outras eu já não tenho muita esperança. Essa não é minha maior preocupação. Eu deixo para trás algo muito mais importante. Eu deixo para trás um possível futuro que eu poderia ter, um caminho que talvez fosse mais belo do que qualquer paraíso. Eu deixo para trás uma história incompleta, passos que foram desviados por algum motivo desconhecido, que alguns afirmariam que este se chama destino.

Em meio de despedidas nostálgicas eu apresento um dos meus maiores méritos enquanto vivi neste lugar. Uma pessoa que me conquistou de maneira incrível. Ela é delicada, sensível, nervosa e estressada. Tudo ao mesmo tempo. Esse é o charme dela, uma mistura implacável, uma combinação no mínimo interessante. Inteligente como ninguém, com uma raridade em destaque, o poder de saber usar essa dádiva. Seus conselhos são despertadores contra adormecidas mentes humanas. Seu coração é puro amor, até nos piores dias é possível sentir isso, ele sempre se sobressai. Eu a considero no mínimo como uma irmã, mesmo não sendo de sangue, que seja pelo menos de espírito. Que seja para sempre.

Eu peço apenas que ao sair pela porta tudo o que eu vivi aqui passe diante dos meus olhos e que toda a tristeza fique para trás. Eu estou indo de vez, não se trata de uma mudança simples, mas uma coisa é certa. Eu levo daqui uma amizade eterna, e a esperança de que um dia o destino guiará meus passos para um caminho mais belo do que qualquer paraíso, para que eu possa escrever nas paginas brancas de uma história incompleta.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Palavras sábias.

Às vezes eu fico me perguntando qual foi meu erro. Foi acreditar que aquilo tudo era real? Foi acreditar que ela era diferente? Não sei se a primeira opção me atrai, mas a segunda... Essa me deixa intrigado. Por mais que a gente diga que não vai ter esperança, por mais que a gente tente duvidar do que esta acontecendo, a gente acaba acreditando, cedendo. Nesse ponto o coração é fraco. Mas o que me deixa realmente intrigado não é isso tudo que eu disse, e sim, o que uma vez me disseram. Uma sábia amiga. Sim, nesse estado de calamidade em que está o mundo, eu a chamo de amiga sem ter nenhuma dúvida disso. “Você não errou em acreditar, sem fé nas pessoas e na vida não se tem futuro nem esperança.” Ela disse. Essa frase invadiu minha cabeça de uma forma avassaladora, como se quisesse me acordar de um sono profundo chamado ignorância. Ela conseguiu. E é exatamente por isso que cheguei à conclusão de que a segunda opção não pode nem de longe ser considerada. A falta de fé pode ser fácil e te deixar aparentemente protegido, porém ela te deixa imobilizado, e principalmente, deprimido. Portanto não se engane meu amigo, não se abale com uma queda, não se torture por um erro, e principalmente, não se rebele contra a fé. Nunca deixe de acreditar que no bem, nunca deixe de acreditar que um dia você vai se deparar com alguém “diferente”. Tenha esperança no coração, porque nesse ponto meu amigo, o coração é forte.

sábado, 15 de maio de 2010

Mãe.

Que péssimo filho eu sou, haha. Hoje me dei conta de que não fiz uma homenagem para minha mãe, e sinceramente, ela merece muito mais do que isso.


Mãe... Minha mãe, o que posso falar dela? Ahh, ela é diferente, em todos os sentidos. Ela é pequena por fora, grande por dentro. Ela é morena, ruiva e loira. Muda de aparência igual muda de roupa. Sua idade é uma característica mágica, alguns dizem que ela toma poção de rejuvenescimento, porém ninguém realmente sabe seu segredo. Seu olhar é colorido, é poderoso. Enigmático. Seu rosto? Linda como sempre, vaidosa de um jeito agradável, essa é ela por fora. Vamos às verdadeiras qualidades.

Eu começo pela bondade, é algo natural do espírito dela. Ela sabe ver o interior das pessoas como ninguém, sempre vendo o lado bom. Ela é um amor que não se mede, e isso meus amigos, eu posso comprovar. Porque todos nós temos sonhos, desde médicos a advogados. E ela largou o dela por amor, ela largou pela luz. Pelo ato mágico de se ter um filho. Sua dedicação durante a criação dos filhos é admirável, e muitas vezes infelizmente, não devidamente reconhecida. Corajosa e guerreira, posso citar inúmeras palavras para homenageá-la. Seu passado é indiscutível, como cigana ou egípcia. Não importa a vida passada ou atual, sua essência é sempre essa. Um amor que não se mede, um amor que não se discute. Um amor de pessoa. É ela, uma diva em seu olhar esverdeado. Um brilho, que nunca será apagado.


Mãe, eu só tenho a agradecer. Por tudo.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eu acordei a tempo.


Faz tempo que não despejo meus pensamentos nessas linhas. Sim, faz tempo. Mais do que parece. Eu digo isso porque o tempo estava lento, indo devagar como se eu estivesse parado. Pois eu estava. Estava preso... Paralisado, sem forças. Como se eu estivesse caminhando, porém sem sair do lugar.


Há alguns dias eu vinha sentindo que tinha algo errado, o mundo a minha volta estava diferente. Não sei ao certo quando começou, eu demorei a reparar, mas uma hora eu percebi tinha algo fora do lugar. Minha rotina - se é que eu tive uma alguma vez na minha vida – estava completamente fora do normal. Quando eu digo fora do normal, eu digo monótona, ou pior, melancólica. O mundo parecia preto e branco, como se tudo tivesse perdido a cor e o sentido. Foi ai que me deparei com mais um déjà vu, eu havia voltado uma casa no tabuleiro pelo visto. Era justamente como eu me sentia antes de acontecer um certo episódio do qual não entrarei em detalhes novamente. Como eu disse, eu não sei dizer exatamente quando isso havia começado, mas talvez eu saiba o ‘como’.

É incrível como uma queda pode nos desestabilizar facilmente, ainda mais quando vem acompanhada de outras. O motivo real disso tudo não foi exatamente a queda, mas sim uma seqüência que alguns chamariam de falta de sorte. Eu me sinto como se estivesse lidando com uma espécie de tabu.

Parece desanimador pensar dessa forma, tabu é uma palavra muito forte. Mas olhando por outro lado estou aqui. Eu acordei a tempo, estou de volta e está tudo bem agora. Cicatrizes não me assustam. O passado também não me assusta e nem mesmo o futuro. Porque se alguns chamam de falta de sorte e outros chamam de tabu, eu digo que falta de sorte não cabe no meu cardápio e tabu foi feito pra ser quebrado. E meu otimismo? Eu diria que também é uma palavra forte, e disso, eu não tenho dúvidas.


“Somehow I know, that things are gonna change.” Nova Era - Angra

sábado, 1 de maio de 2010

Já se foram 16 anos.


Uma vez um garoto queria ser como o vento. Veloz, sem limites e intocável. Sua coragem e determinação o levaram para a realização de um sonho. Ele sempre quis ser o melhor, nunca o segundo, nem o terceiro. Sempre o primeiro. Esse garoto se chamava Ayrton Senna do Brasil! Ele carregaria mais tarde o coração de cada torcedor dessa nação, milhões de pensamentos concentrados torcendo por um só.

Sua destreza era tão incrível que muitos achavam que ele realmente tinha nascido com esse propósito, ser o herói que cada um precisa. Porque eu digo isso meus amigos? Não se trata apenas de carros e rodas misturados em um esporte considerado inútil por muitos. Trata-se de coração, e isso, ele tinha de sobra. Característica exemplar se provava na simplicidade e altruísmo do piloto, quem o conhecia e o acompanhou sabe disso.

Seu desempenho nas quatro rodas era impecável, sua especialidade era correr na chuva. “Na chuva ele é imbatível” diziam os comentaristas da época. Imbatível mesmo era sua audácia. Com a expressão sempre fria e séria, dentro das pistas ele e seu carro eram um só, unidos por uma única vontade. Ser o primeiro.

Hoje eu não estou aqui para falar de mim, mas sim de um exemplo de perseverança em pessoa. Um exemplo de humildade e respeito. Ele é Ayrton Senna, o grande herói que todo brasileiro precisa ter. E que ele permaneça sempre assim, como o veloz intocável. Porque uma vez, um garoto queria ser como o vento, e a fé o trouxe a imortalidade de uma figura que nunca será esquecida.


"Meu sonho não tem fim, e eu tenho muita vida pela frente." Ayrton Senna, 1991