sexta-feira, 26 de março de 2010

Às vezes eu queria ser.


Eu sou frio como uma pedra. Nunca demonstro minhas emoções e nunca sou atingindo por outras. Às vezes eu desejo ser como a água. Ela se desfaz fácil, mas se recupera com a mesma facilidade que é desfeita. A pedra não, a pedra é difícil de ser destruída, mas quando ela cede, nunca mais é a mesma. Às vezes eu desejo ser transparente, ter mais facilidade de lidar com meus problemas sem deixar que eles acumulem.

Meu sorriso natural e meu bom humor sem limites escondem o que eu realmente sinto. Apenas eu sei exatamente o que se passa aqui dentro. Não tenho com quem compartilhar minhas dores. Talvez meu excesso de altruísmo me prejudique. Eu nunca digo que não estou bem, eu sempre minto. E isso me mata aos poucos. Agora eu não agüento mais segurar tudo isso.

Então eu cedi. Cedi como uma pedra resistente que não agüenta mais as rajadas insistentes da água. Cedi como uma presa sem saída nas garras de seu predador. E agora eu não sei se há volta. Um arrependimento bate na porta, uma vida sem sentido é deixada para trás. Mas não há forças para continuar, não há milagre que me faça andar.


Às vezes eu queria ser como a água...

domingo, 21 de março de 2010

Era apenas um dia comum.

Era um dia comum, como qualquer outro. Apenas mais um dia em que você levanta da cama, olha pro céu e pensa: “Será que hoje vai ser diferente?” Você apenas pensa, é um dia como qualquer outro.

O dia começou acelerado. Sons do ambiente se misturavam na minha cabeça enquanto eu abria os olhos. Pássaros, carros, ônibus. Tudo acordando ao mesmo tempo. Eu escovava os dentes enquanto tentava ignorar o stress matinal da minha irmã. Tudo estava acontecendo na sua ordem. Era realmente um dia comum.

Quando eu sai de casa ainda estava um pouco escuro, e eu olhei para o céu confuso, na duvida se realmente a noite anterior já havia se passado, com medo de que aquele vazio continuasse. Um vazio estranho, que todo mundo já sentiu alguma vez na vida, mas esse já havia virado rotina. Parecia que nada mais fazia sentido e eu apenas tinha que seguir em frente, sem rumo.

Agüentei um dia inteiro de aula tediosa, amizades sem sentido e assuntos sem importância. Eu só queria voltar para casa, cochilar talvez. Ou ler. Tudo continuava normal na saída da escola, entre beijos e abraços, eu continuava sem sentir nada. Segui para o ponto de ônibus sem cerimônia, escutando o tagarelar de minha amiga mais próxima. Às vezes eu assimilava alguns assuntos, mas a maioria não passava dos meus ouvidos.

O ônibus veio mais rápido nesse dia, um acontecimento diferente na minha habitual rotina. E eu pensava que essa seria a única coisa anormal do dia. Meus movimentos automáticos de entrar no ônibus, pagar o trocador e sentar no banco mais próximo não me distraíram do que eu estava para sentir. Ao passar do lado dela eu não consegui desviar meu olhar, ela era linda, diferente de qualquer outra mulher que eu já havia visto em toda minha vida. Eu fiquei a viagem inteira olhando para ela. Uma sensação estranha me ocorreu e eu me perguntei: “O que eu estou fazendo? É apenas uma estranha.” Mas não era. Eu tinha a sensação que já a conhecia. O famoso déjà vu talvez. Coincidentemente ela descia no mesmo ponto que eu. Nós trocamos um breve olhar, um comprimento de sorrisos talvez, eu não sei. Estava completamente fora de mim, os olhos dela eram profundos. Eu me sentia hipnotizado.

Ao chegar em casa eu não me dei conta de como havia chegado lá, pensei nela o caminho inteiro. Deitei em minha cama sem me despir do uniforme, nada mais importava. Apenas aquele rosto perfeito. Acabei adormecendo entre meus pensamentos e ilusões.

Acordei me sentido revigorado, melhor do que jamais estive em toda minha vida. Eu já não sentia aquele vazio, a única coisa que eu sentia era uma vontade enorme de falar com ela. Eu realmente estava disposto a isso.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dúvida e medo.


Às vezes eu fico pensando. Pensando nos motivos do meu coração bater tão forte quando eu estou perto dela. Medo? Receio? Nervosismo? Nenhum dos três? E que tal amor? Será que não é muito arriscado dizer essa palavra sem ter certeza de que ela é verdadeira?

É apenas um palpite. Porque quando você sente algo que você nunca sentiu em toda a sua vida, você logo pensa: “Opa! Tem algo errado.” E logo depois começam a surgir as dúvidas: “Será que é de verdade? Será que é ilusão?” Junto com as dúvidas começa a surgir o receio, que vem seguido pelo medo. É ai que a coisa complica. O medo de tentar, medo de arriscar. É a pior coisa que um ser humano pode sentir. Muita gente aprende isso da pior maneira, pelo arrependimento ou pela angústia. E logo surge de fato a frase mais atormentante de todas: “Porque eu não tentei?” E ai já era. Não tem volta, não tem ida, não tem começo e não tem fim. Não tem nada.

Então meu amigo, é por isso que eu tento, é por isso que eu não desisto, é por isso que eu não deixo os erros me abalarem e as tristezas me afogarem. É por isso que eu vivo! E eu sei que se não der certo agora dará um dia, assim como eu sei que pode não dar certo um dia, mas dará agora.

Abrace suas oportunidades. Nunca desista sem ao menos tentar. Viva sem limites! E um dia você colherá frutos de uma árvore que você nunca imaginou que existisse.