domingo, 21 de março de 2010

Era apenas um dia comum.

Era um dia comum, como qualquer outro. Apenas mais um dia em que você levanta da cama, olha pro céu e pensa: “Será que hoje vai ser diferente?” Você apenas pensa, é um dia como qualquer outro.

O dia começou acelerado. Sons do ambiente se misturavam na minha cabeça enquanto eu abria os olhos. Pássaros, carros, ônibus. Tudo acordando ao mesmo tempo. Eu escovava os dentes enquanto tentava ignorar o stress matinal da minha irmã. Tudo estava acontecendo na sua ordem. Era realmente um dia comum.

Quando eu sai de casa ainda estava um pouco escuro, e eu olhei para o céu confuso, na duvida se realmente a noite anterior já havia se passado, com medo de que aquele vazio continuasse. Um vazio estranho, que todo mundo já sentiu alguma vez na vida, mas esse já havia virado rotina. Parecia que nada mais fazia sentido e eu apenas tinha que seguir em frente, sem rumo.

Agüentei um dia inteiro de aula tediosa, amizades sem sentido e assuntos sem importância. Eu só queria voltar para casa, cochilar talvez. Ou ler. Tudo continuava normal na saída da escola, entre beijos e abraços, eu continuava sem sentir nada. Segui para o ponto de ônibus sem cerimônia, escutando o tagarelar de minha amiga mais próxima. Às vezes eu assimilava alguns assuntos, mas a maioria não passava dos meus ouvidos.

O ônibus veio mais rápido nesse dia, um acontecimento diferente na minha habitual rotina. E eu pensava que essa seria a única coisa anormal do dia. Meus movimentos automáticos de entrar no ônibus, pagar o trocador e sentar no banco mais próximo não me distraíram do que eu estava para sentir. Ao passar do lado dela eu não consegui desviar meu olhar, ela era linda, diferente de qualquer outra mulher que eu já havia visto em toda minha vida. Eu fiquei a viagem inteira olhando para ela. Uma sensação estranha me ocorreu e eu me perguntei: “O que eu estou fazendo? É apenas uma estranha.” Mas não era. Eu tinha a sensação que já a conhecia. O famoso déjà vu talvez. Coincidentemente ela descia no mesmo ponto que eu. Nós trocamos um breve olhar, um comprimento de sorrisos talvez, eu não sei. Estava completamente fora de mim, os olhos dela eram profundos. Eu me sentia hipnotizado.

Ao chegar em casa eu não me dei conta de como havia chegado lá, pensei nela o caminho inteiro. Deitei em minha cama sem me despir do uniforme, nada mais importava. Apenas aquele rosto perfeito. Acabei adormecendo entre meus pensamentos e ilusões.

Acordei me sentido revigorado, melhor do que jamais estive em toda minha vida. Eu já não sentia aquele vazio, a única coisa que eu sentia era uma vontade enorme de falar com ela. Eu realmente estava disposto a isso.

Um comentário:

  1. O melhor é ter a exclusividade de poder ler antes de ser postado ;)

    Adorei *--*

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